Estávamos no final do ano de 2013, numa prova de vinhos, aguardávamos que nos enchessem os copos com Quinta do Ameal Loureiro, e apesar de já conhecermos os vinhos, ainda não conhecíamos o seu produtor, Pedro Araújo. Simpático, sorridente e com muita paixão nas palavras, após uma agradável conversa sobre os seus vinhos, lá nos confessou que estava a criar um enoturismo na sua quinta. Mostrou-nos fotos, falou-nos de todas as ideias, e o seu entusiasmo era de tal forma contagioso que auspiciava algo brilhante!
Os anos foram passando, fomos encontrando o Pedro por provas e mais provas, e ele sempre manteve o entusiasmo, agora a recuperação da quinta e todas aquelas ideias cativantes já eram reais. Em 2016 quase lá estivemos para ver e sentir de perto a razão de tanto entusiasmo, mas um imprevisto meteu-se no caminho!
A adega onde repousam os grandes vinhos do Ameal
Mas, finalmente lá aconteceu, e em 2107 percebi na perfeição a razão de tanta paixão nas palavras de Pedro, e assim, nasceu, também, a minha paixão pela Quinta do Ameal e pelo seu enoturismo.
Nada me faz mais feliz do que a conjugação do luxo com a natureza pura, selvagem, e no seu estado mais bruto.
É isso que define a Quinta do Ameal, um refúgio no meio da natureza que se mescla na perfeição com o luxo presente em cada detalhe.
A quinta do Ameal é uma propriedade em Ponte de Lima que data de 1710, conta com 30 hectares e é aqui que Pedro cria e produz vinhos brancos de excelência da casta Loureiro.
Foi adquirida pela família na década de 90, após a venda da Ramos Pinto, sim o Pedro tem a história do vinho a correr-lhe no sangue, ou não fosse ele bisneto de Adriano Ramos Pinto. A Quinta estava completamente abandonada mas foi feito um excelente trabalho na sua recuperação.
Dos 30 hectares de quinta 14 são de vinha, o restante complementa-se com uma floresta virgem, e cheia de força, onde o Ameal Wine & Tourism Terroir ocupa o espaço das antigas casas, recuperadas e pensadas pela mente de Pedro, com um toque de bom gosto que não é comum a todos!
Chegamos à quinta num maravilhoso dia de sol, a primavera fazia as honras da casa, e as cores da natureza foram excelentes anfitriãs.
O caminho que se percorre desde a entrada até chegar às casas é divinal, dum lado as vinhas, do outro pinheiros mansos com mais de 200 anos de história e vida, que nos mostra que ali há uma forte influência do clima mediterrâneo, ou não fossem estas imponentes árvores originárias do Velho Mundo, mais precisamente do mediterrâneo!
O Pedro recebeu-nos com aquele sorriso que lhe é característico e sem demoras fez-nos sentir em casa.
Pela Quinta há várias atividades à disposição, seja ficar o dia todo a bronzear na piscina com a natureza como pano de fundo, seja passear e descobrir caminhos por entre árvores, flores e vinhas, enquanto se descobrem pequenos recantos românticos que fazem as delícias dum momento de ócio, seja apreciar os diferentes produtos que crescem na terra, e garantem uma panóplia de opções biológicas.
Para os mais aventureiros é possível organizar diferentes atividades no Rio Lima, como por exemplo descê-lo em Kayak. Quem gosta de caminhadas, nada como uma longa, muito longa caminhada, de cerca de 40km pela fabulosa eco via sempre com o rio Lima como companheiro.
Para os amantes de vinho, este local é mágico, comecem com uma visita às vinhas, com o Pedro como guia, passem pela adega e terminem com uma excelente prova dos vinhos do Ameal acompanhados com alguns petiscos.
Bem, mas vamos agora falar sobre a recuperação das casas antigas.
O edifício principal, a que chamam de Casa Grande (que seria efetivamente a casa principal de quem lá viveu) é o que alberga o maior número do alojamento, e uma zona de convívio, ou seja, a sala das provas, ou lounge, como lhe queiram chamar, e três suites (a Jardim, a Camélia e a Glicínia), quer dizer, são casas, mas já lá vamos!
A uns metros desta Casa, temos a Casa entre Bambus e Vinhas (antiga casa do vaqueiro) e por que se chama assim? Porque se situa entre uma zona de bambus que lhe dão um toque bem oriental, e algumas das maravilhosas vinhas!
Há ainda outros edifícios espalhados pela quinta, as duas antigas vacarias ainda por restaurar – talvez um dia dêem origem a um estábulo e permitam aos hóspedes terem ainda mais uma belíssima atividade à disposição na quinta – a casa do caseiro (fora o pleonasmo!), e os escritórios.
Mas falando do mais importante… a minha suite!
Ficamos na suite Jardim, que como o próprio nome indica, tinha acesso direto a um jardim imenso, quase como um recanto privado de natureza só para mim!
Bem, existem quartos, e depois existem aqueles lugares que te fazem querer viver lá! E este local fez-me sentir precisamente isso.
A sensação que eu tive mal entrei foi a de que poderia facilmente viver ali, principalmente porque a decoração tinha a combinação perfeita de história, rusticidade, elegância e luxo.
O branco das paredes transformava o quarto num ambiente sóbrio, enquanto a pedra que se fazia sentir em pequenas zonas lhe dava a rusticidade na medida certa, o mobiliário era o elemento história, cada peça já tinha tido uma outra função, sendo à posteriori recuperada, até a porta que nos dava acesso do quarto à sala foi noutra vida a porta de casa da avó de Pedro!
A cama, além de gigante, como eu adoro, deve ter sido das mais confortáveis onde já dormi.
A sala, que era simultaneamente cozinha, sala de estar e sala de jantar mantinha a mesma decoração e elegância do quarto, peças de arte, mobiliário acolhedor, rusticidade certa, e luz, muita luz, vinda das janelas meticulosamente enquadradas. Daqui tínhamos acesso ao jardim, como que um pedaço de paraíso só para nós!
Por esta altura já devem estar a perguntar-se, e a divisão preferida da Cíntia?
Bem, deixem-me falar-vos do quarto de banho…
Meu Deus… para começar, um chuveiro onde caberiam facilmente meia dúzia de pessoas!!! Lavatórios duplos, que diga-se, é o melhor conceito que há, uma banheira plantada distante da parede, pormenor perfeito de decoração, muito mais interessante que aquelas banheiras que são um prolongamento da parede, e livros como detalhe decorativo, eu canso-me de referir isso, haverá melhor peça de decoração que um livro? Não, não há! E olhando para a fotografia vocês conseguem perceber a minha paixão pelo quarto de banho, mas há algo que aqui não se percebe, o chão aquecido, e isso é uma das maiores qualidades que um quarto de banho pode ter!
Sabem? Definitivamente, o luxo está nos detalhes!
Um dos melhores quartos onde já estive, sem dúvida!
Outro dos pormenores que me fascinou na Quinta do Ameal foi o facto de me sentir em casa de família, o facto de sentir aquele mimo sempre presente, em pormenores tão perfeitos como o de acordar de manhã com uma cesta de pequeno almoço à porta.
Óbvio que esse pequeno almoço foi tomado no jardim, e acompanhado com o som mais sublime de todos, o som da natureza!
Quanto a refeições, a quinta não tem restaurante (ainda!!!) mas garante refeições prontas a qualquer hora, que poderão ser aquecidas e/ou preparadas na sua suite ou na sala principal da Casa Grande, assim não temos sequer que nos ausentar. Mas, Ponte de Lima é igualmente um local de boa comida, por isso se precisarem, a equipa da Quinta do Ameal tem uma série de boas opções para vos indicar.
Falando um pouco desta sala, segue a mesma linha dos quartos, decoração com pormenores contemporâneos, conforto em cada detalhe e elegância. Esta sala é equipada também com cozinha, que se transformou num local perfeito onde pudemos cozinhar e ter um jantar de amigos com boa comida, boa música e bons vinhos! Foi um serão perfeito!
Por falar em bons vinhos, é isso mesmo que se produz nesta Quinta, alguns dos melhores vinhos brancos produzidos na região dos Vinhos Verdes e em Portugal. Pelo que, como sabem, lá fomos “forçados” a uma prova dos vinhos da Quinta do Ameal, que serviu da aquecimento para o excelente serão que referi.
Como vêem não tivemos problemas de sede
Entre os vinhos provados, destaque para as colheitas de 2015 quer o Escolha, quer o Solo Único estavam em excelente forma, mas aquele que facilmente nos conquistou foi o Loureiro de 2007, a provar a grande capacidade de envelhecimento dos vinhos e a sua elegância.
Quem optar por se hospedar na Quinta do Ameal com amigos ou até mesmo em família, para estes o ideal será a Casa entre Bambus e Vinhas, pois é uma autêntica vivenda, com dois quartos enormes, e zonas comuns que fazem o sonho de qualquer mortal.
Outra das particularidades desta casa, é o incrível e bem asiático chuveiro exterior, que nos remete de imediato para aqueles lugares exóticos espalhados pelo mundo, este pormenor encontra-se também presente na Suite Camélia.
A verdade é que estes detalhes e recantos que distinguem um local do outro não seriam possíveis sem a visão e a cultura de viagem de quem os pensou, e efetivamente nisso o Pedro foi exímio.
A Quinta do Ameal e o seu projeto Ameal Wine & Tourism Terroir são o refúgio perfeito para quem quer abstrair-se e procurar um pequeno pedaço de paraíso na terra.
A natureza bruta, mas simultaneamente pura e virgem, sente-se com uma força que não se traduz em palavras!
Este local tem tanto de genuíno e autêntico como de irreal!
Obrigada Pedro e equipa da Quinta do Ameal por todo o mimo!
Até breve…
Quinta do Ameal – Wine & Tourism Terroir
Quartos a partir de 230€
4990 – 707
Refóios do Lima Ponte do Lima – PORTUGAL
+351 258 947 172
quintadoameal@netcabo.pt
Fotos: Flavors & Senses
Nota
Estivemos na Quinta do Ameal a convite, sendo que isso em nada altera o nosso trabalho cuja opinião e o texto são da exclusiva responsabilidade do seu autor.