Aeroporto
Depois do fantástico voo no A380 saído de Bangkok (ver) chegamos ao Aeroporto do Dubai para uma “simples” ligação com o voo para Lisboa. Digo simples mas a nossa passagem pelo Aeroporto do Dubai foi muito mais do que isso. Com algumas horas livres entre os voos e com as malas já despachadas para o destino final, a nossa passagem pela segurança foi bastante rápida e sem qualquer tipo de problemas, seguindo-se uma pequena viagem, sim viagem, porque o aeroporto é gigantesco e tem uma linha de metro a fazer a ligação entre os terminais.
O Aeroporto do Dubai já mostra todo o Luxo que espera os visitantes do Emirado, dos relógios Rolex às melhores lojas de moda, como Hermès ou Chanel, ao gigantesco Dutty Free, e pequenos espaços gastrónomicos onde se destaca o bonito bar da Moët et Chandon.
The Emirates Lounge
Feito o passeio, foi tempo de nos dirigirmos ao Lounge da Emirates, existe um Lounge para a Primeira Classe (que esperamos conhecer em breve) e um para a Classe Executiva. Estes contam ainda com o Timeless Spa, onde é possivel aos viajantes parar para desfrutar de uma massagem ou de um simples duche revitalizante. Já o Lounge ocupa todo o piso superior do Terminal permitindo aos seus utilizadores o embarque directo para o seu avião sem terem de andar pelo aeroporto (mais simples é impossível). O Design é o mais sóbrio e acolhedor possível, com alguns apontamentos que conferem modernidade ao espaço. Tem salas mais amplas, espaços mais resguardados e preparados para quem precisa ou quer dormir durante o seu tempo de espera. A ligação ao mundo faz-se pelas capas dos principais jornais e revistas de todo o planeta, computadores, e claro uma excelente rede wi-fi.
No que a comida diz respeito, e porque é sempre um dos pontos mais importantes nos Lounges, nada é deixado ao acaso, com a nossa passagem pelo Dubai durante a madrugada, todo o espaço estava preparado para servir um ótimo pequeno almoço, bem ao estilo de um bom hotel 5 estrelas. Excelente selecção de pães, boa pastelaria, compotas, frutas, cereais, sumos, bons queijos ou carnes frias. Além disso também os pratos quentes, desde os ovos mexidos, salsichas, feijão e alguns pratos árabes e asiáticos também faziam parte das opções. Assim, houve para todos os gostos e feitios, sempre com selo Halal. Já nas bebidas e à semelhança de Bangkok a lista é extensa desde as espirituosas, à água Voss, bom Champanhe e vinhos do velho e novo mundo. Ficamos bem cheios!
Embarque
Como já havia dito, ficamos próximo do nosso portão de embarque, pelo que depois de informados sobre o início do embarque basta uma simples descida no elevador para estarmos juntos da entrada do avião, onde a habitual separação entre as categorias e os prioritários, facilitou a entrada no 777, mais uma vez feita de forma rápida e eficaz.
Avião
Depois do A380 (que o aeroporto de Lisboa ainda não tem capacidade para receber), o 777 parece um irmão mais novo e não tão interessante. As poltronas da Executiva não têm ainda o nível de conforto e acessórios dos novos A380. No entanto somos super bem recebidos e em português, pelos elementos do staff, que rapidamente nos instalaram nas melhores condições possíveis e nos serviram o habitual Champanhe pré-voo, desta vez o elegante Veuve Clicquot. No 777 os lugares têm um pouco menos de privacidade e de espaço, mas continua com uma boa poltrona, os habituais extras mas sem o excelente kit de higiene da Bulgari.
Refeições
Como o nosso voo começou de madrugada no Dubai e se estendeu até a hora de almoço em Lisboa, foram servidas duas refeições durante o voo, o pequeno-almoço e o almoço. O primeiro foi semelhante ao que já havíamos experienciado no A380, com uma boa seleção de frutas e pastelaria e um alargado leque de sumos naturais aos quais se juntou, e porque não, mais um copo de champanhe. Já no que diz respeito ao almoço a história é completamente diferente, podendo verificar-se mais ainda, a diferença para a classe inferior. Algum tempo antes de começarem o serviço é-nos pedido que façamos a escolha dos pratos entre o leque variado de entradas, pratos e sobremesas e as respectivas bebidas para os acompanhar. Já com a mesa bem montada (destaque para a qualidade de construção que lhe dá uma solidez e estabilidade fantástica), optei por um gin tónico, para iniciar a refeição, ao que se seguiu um salmão fumado a quente com lavagante e natas ácidas, que acompanhado por um riesling de 2012 Dachsfilet de Prinz Von Hessen se revelou um ótimo início.
Seguiu-se um bife do lombo, com batatas gratinadas e cogumelos, interessante o bife, que nunca imaginei poder chegar tão bem ao avião, menos interessante o gratinado de batata, seco e com pouco sabor. A acompanhar um tinto da região de Saint Julien, Amiral de Beychevelle 2006, que funcionou lindamente com a carne. Para terminar, acabamos com uma Charlotte de pêra com morangos e ganache de chocolate acompanhada por um elegante vinho do Porto da Quinta do Portal Colheita de 2000. Um final simples mas bem conseguido. No geral e não esquecendo que um avião nunca será um restaurante, a refeição decorreu lindamente, com temperaturas correctas, bom empratamento e o melhor sabor possível.
Para terminar, uns excelentes chocolates Godiva e a extensa lista de digestivos.
Serviço
O Serviço foi mais uma vez impecável, desde o simples português, à simpatia e cordialidade das hospedeiras ou à atenção dada a cada passageiro e a cada pormenor, o que diga-se, torna toda a viagem bem mais fácil.
Entretenimento
O sistema de entretenimento é o mesmo que já havia descrito sobre o voo no A380, o sistema ICE. A grande diferença no sistema entre as classes é o tamanho do ecrã e o mecanismo de controle. Neste 777 mais antigo, e sem ecrã táctil é mais difícil controlar as várias opções com recurso ao comando, mas o ICE vale por si só, e em particular pela extensa lista de filmes repleta de novidades (alguns ainda não estrearam em Portugal). Sem dúvida que hoje nenhuma companhia de longo curso pode criar um avião sem pensar bem no seu sistema de entretenimento, porque seja qual for a classe de voo, este fica bem mais fácil quando estamos entretidos.
Depois de dois voos na classe executiva da Emirates, é claro que o mais recente A380 leva vantagem, quer pelo tamanho do avião, pelo lounge ou por simplesmente ser mais recente. Mas não julguem que o 777 não tem condições para suplantar a maioria das classes executivas das empresas rivais, tudo funciona bem e é bem confortável. Como conclusão, é impossível não ficar fã do serviço prestado pela Emirates aos seus passageiros na classe Executiva, desde o cuidado em terra, aos pequenos pormenores e claro os aviões e a equipa que fazem a imagem da marca.
Sempre que puderem não deixem de se mimar com este pequeno luxo em pleno voo.