Top 10 – O que ver em Veneza

Veneza… Poucos locais são tão desejados como esta cidade, acho que não deve haver muitas pessoas que não sonhem conhecer Veneza. Esta cidade é um dos maiores símbolos do romantismo, e uma das que melhor fica nas fotografias de recordação.
É mágica, é romântica, é única, é histórica, é monumental e é de cortar a respiração!
Visitei Veneza durante uma viagem por várias cidades de Itália, e não minto, quando vos digo que na viagem de comboio desde Florença, até me sentia nervosa, tal era a minha expectativa sobre a cidade!

Quando chegamos à estação de Santa Lucia saí do comboio um pouco a medo, sabia que ia gostar de Veneza mas isso não me chegava, queria amar e não simplesmente gostar, queria deslumbrar-me, queria emocionar-me, queria poder dizer a todas as pessoas que me tinham dito que me ia desiludir que eram completamente malucas!

E assim foi! Mal pus os pés em Veneza fiquei com taquicardia, com taquipneia, excitadíssima mesmo!!! Fiquei desorientada com a imensidão de água, com as pontes, com a arquitetura dos edifícios, com todo o conjunto de magia e mistério que a cidade apresenta e dei também por mim a divagar como era possível nos dias de hoje ainda termos algo assim, tão mágico e tão magistral! E a perguntar-me que raio de cidade aquelas pessoas tinham visto para me dizerem que me ia desiludir! Não era Veneza, de certeza! Sim, eu sei, tenho que me habituar que somos todos diferentes, que os gostos não se discutem (lamentam-se!), etc etc etc…. Por favor!!! É VENEZA!

Claro que eu, como sempre, sendo uma mulher cheia de sorte, apesar de ter ido em Outubro, estava um tempo maravilhoso com o sol a incidir na água e a enaltecer ainda mais os encantos da cidade. Há quem refira que por vezes cheira mal, principalmente quando chove, e há inundações, mas o que é que vocês esperam? São canais de água em vez de ruas, com séculos e séculos de história e que como é óbvio, algo que se tem conseguido manter inalterado ao longo dos tempos também tem de ter os seus pontos negativos. Mas dizer que a cidade não é bonita ou que não vale a pena visitar por causa do cheiro ou porque é velha, por favor!

Embora não haja grande registo histórico sobre a origem de Veneza, pensa-se que esta terá tido o seu início no século V, com habitantes vindos de outras cidades romanas, que aqui se refugiavam devido às sucessivas invasões a que a Península Itálica estava sujeita.
No século X esteve entregue ao império Bizantino, tornando-se independente e evoluindo imenso através da localização privilegiada, o que lhe permitia unir o comércio ocidental e oriental.
No entanto, os Portugueses (sim, Nós!) descobriram o caminho marítimo para a Índia e para a América, deslocando as rotas do comércio, e Veneza viu-se obrigada a sustentar uma luta esgotante contra os otomanos.

No século XVIII Napoleão Bonaparte conquistou Veneza, depois passou a pertencer aos austríacos, até 1866 com a unificação de Itália.
Veneza é realmente uma cidade diferente e única.
A cidade está coberta por 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas, estando localizada entre a foz do rio Ádige (a sul) e do rio Piave (a norte). O centro histórico é totalmente pedonal e os barcos são o único meio de transporte na zona. Os Vaporetti são os transportes públicos, cujo itinerário mais bonito é o 1º, que segue pelo Grande Canal. Podem deslocar-se neles para as várias zonas da cidade. Para um transporte mais luxuoso e rápido podem optar pelos Taxis aquáticos, para uma viagem diferente, mais romântica e mais intimista podem sempre deslocar-se de Gôndola, e aconselho-vos a não deixarem de o fazer, pois é um dos momentos altos de visitar Veneza.

A comuna de Veneza não está dividida, ao contrário do que é habitual em Itália, em frações comunais. O centro da cidade segue uma tradição de divisão em bairros chamados sestieri. Contam-se seis:
Cannaregio – que contém a estação ferroviária de Venezia Santa Lucia.
Castello – o mais oriental.
Dorsoduro – o mais meridional de Veneza.
San Marco – constitui o coração da cidade e inclui a Praça de São Marcos, a Basílica e o Campanário.
San Polo – o menor, de um dos lados da ponte de Rialto.
Santa Croce – o mais ocidental.

Passear em Veneza, seja a pé ao longo das magistrais praças, ou de barco pelos canais, é o mesmo que passear dentro dum museu!

Tudo tem história nesta cidade, mesmo que não visitem o interior de nenhum local, só deambular pela cidade já nos aquece a alma.
No entanto, há locais imperdíveis, por isso preparei-vos um Top 10, ciente de que há muito mais para visitarem, mas quem é apaixonado por esta cidade (como eu) certamente irá voltar, por isso, numa primeira visita podem optar por estes locais.

Para visitar estes locais com desconto ou gratuitamente e sem se aborrecerem em filas podem sempre adquirir o Venezia city pass.

                                         

Se formos percorrendo o Grande Canal podemos ir observando os magníficos locais a visitar do nosso Top 10, por exemplo:

De Santa Lucia a Rialto

Ca´d´oro
Encomendado em 1420 por Marino Contarini, este prometia ser o palácio mais imponente da cidade! A sua fachada é ornamentada da forma mais requintada para a época de construção, que inclui folha de ouro, cinabre e azul-marinho. Ao longo dos séculos o palácio foi sendo remodelado e chegou a estar ao abandono até que em 1846 foi adquirido pelo príncipe russo Troubetzkoy para oferecer à bailarina Maria Taglioni. Este foi restaurado de uma forma bastante agressiva, sofrendo várias alterações, como por exemplo, perder a sua esplêndida escadaria. Felizmente, este foi salvo pelo Barão Franchetti em 1915, que legou quer o edifício quer a sua coleção privada ao estado.

Apesar do edifício por si só já valer a pena a visita, aqui podemos encontrar obras de Andrea Mantegna, Tulio Lombardo, Giovanni Bellini, Ticiano, entre outros.

Ca´Pesaro
Este Palácio do século XVII é o maior exemplo do Barroco Veneziano com colunas clássicas e uma ornamentação rica mas subtil. O grandioso palácio, agora sede da Galeria Internacional de Arte Moderna (Galleria internazionale d’arte Moderna) e do Museu de Arte Oriental (Museo d’arte Orientale) de Veneza, foi projectado no século XVII pelo arquitecto Baldassarre Longhena por vontade da riquíssima e nobre família Pesaro. Este só ficou concluído pelas mãos de Gian Antonio Gaspari, que o completou em 1710, respeitando o projecto original. Passando depois por diferentes famílias, foi adquirido pela Duquesa Felicita Bevilaqua La Masa, que o destinou a tornar-se numa galeria de arte moderna.

Ponte Rialto

Esta é a mais mediática (e consequentemente a mais turística) ponte de Veneza. Esta zona foi das primeiras a ser habitada, sendo inicialmente uma zona bancária, transformando-se depois numa zona mercantil. Desde o século XII que já havia pontes, no entanto, de material e construção diferente, como de madeira, por exemplo. Só em 1588 é que foi construída a Ponte Rialto, terminando em 1591 e sendo a única que garantia a passagem a pé pelo Grande Canal. Esta dá acesso ao Rialto Mercato, com a Erberia, mercado de fruta e legumes, e a Pescheria, mercado de peixe.

De Rialto a San Marco

Ca´Rezzonico
Este edifício começou a sua construção em 1667, passando de família em família que normalmente esgotavam o seu dinheiro na construção do Palácio. Tem salas decoradas com frescos, pinturas e peças do século XVIII que ilustram bem a Veneza da época.
Uma das grandes atrações do palácio é o magistral salão de baile de Giorgio Massari.

Accademia
Aqui podemos encontrar a maior coleção de pintura veneziana do mundo.
Desde o Bizantino ao Barroco, passando pelo Renascimento, na Accademia reúne-se o panorama completo da Escola de Veneza.

Esta foi criada a partir das obras da Academia di Belle Arti fundada em 1750 pelo pintor Giovani Battista Piazeetta, à qual se uniu, em 1807, obras de arte de igrejas e mosteiros, retiradas por Napoleão Bonaparte.

Santa Maria Della Salute

Esta grandiosa igreja barroca é um dos principais marcos arquitetónicos da cidade. Foi construída em 1630 por Baldassare Longhena, que trabalhou nela até ao fim da sua vida, apesar de esta só ter ficado terminada 5 anos após a sua morte, em 1687. A igreja foi construída para agradecer a salvação da cidade da peste de 1630, daí o nome Salute (saúde e salvação).
Aqui podemos encontrar obras de Giusto Le Corte, Ticiano, Tintoretto.

Desembarcando em algumas das zonas emblemáticas da cidade, e percorrendo rua a rua também vamos descobrindo as maravilhas que Veneza tem para nos oferecer, como por exemplo:

Zona de San Polo

Santa Maria Gloriosa di Frari
Mais uma majestosa igreja de estilo gótico. Entre 1250 e 1338 foi mandado erguer pelos franciscanos o primeiro templo neste local, mas só em meados do século XV se elevou tão monumental edifício na mesma zona. Possui verdadeiros tesouros no seu interior, como A Assunção da Virgem de Ticiano, A Virgem e o Menino de Bellini, o Campanile com 83m de altura, o maior a seguir ao de San Marco, entre muitos outros.

Scuola Grande di San Rocco
Este magnífico exemplo de arte é muitas vezes apelidado de Capela Sistina de Veneza!
A sua construção iniciou-se em 1515 com Bartolomeo Bon, e posteriormente com Scarpagnino, e foi realizada em honra de San Rocco, um santo que dedicou a sua vida a ajudar os mais doentes. Esta começou por ser uma simples confraria da caridade mas rapidamente se tornou uma das mais ricas de Veneza. Em 1564 a decoração das paredes e teto ficou a cargo de um dos génios renascentistas, Tintoretto. Das suas obras notáveis aqui presentes destacam-se A Crucificação, A Fuga para o Egipto e A Tentação de Cristo.

Zona de San Marco

A Piazza San Marco é “A mais elegante sala de recepções da Europa”, como a descreveu Napoleão, e é provavelmente um dos locais mais visitados do mundo.
Aqui podemos encontrar dois dos pontos mais importantes do Top 10 que vos preparei.

Basílica di San Marco

Esta é a mais famosa basílica de Veneza e consegue conjugar os mais belos estilos arquitetónicos quer do oriente quer do ocidente.
Este é o terceiro templo cristão erguido neste local, uma vez que antes já havia um santuário onde jazia o corpo de S. Marcos no século IX, e posteriormente foi construído um segundo edifício que depois foi demolido para que se pudesse erguer a Basílica que vemos hoje. Foi construída segundo um plano em Cruz grega e coroada com cinco cúpulas.

Esta foi inspirada na Igreja dos Apóstolos em Constantinopla. Conta a história que todos os barcos que regressavam das suas viagens tinham que trazer um presente precioso para ornamentar ainda mais a Casa de San Marco. O seu interior é de uma beleza magistral, revestido com mosaicos deslumbrantes, que decoram a basílica combinando a inspiração bizantina e ocidental, podem também encontrar-se muitos desenhos de Tintoretto, Ticiano, Veronese, entre outros.

O maior ex-libris da Basílica é a Pala D’ Oro, este consiste em 250 painéis cobertos com folha de ouro com uma moldura gótica de ouro. Napoleão apoderou-se de algumas das suas preciosas pedras, mas este mantém ainda hoje as suas safiras, rubis e ametistas. A basílica apresenta também um museu, Museo Marciano, onde se encontram os célebres cavalos de bronze cuja sua origem, romana ou helénica, se mantém um mistério.

Enfim, que mais dizer, estamos perante uma das mais belas basílicas do mundo!

Palazzo Ducale

A antiga sede do poder político é um autêntico triunfo da arquitectura gótica. Este foi a residência oficial dos governantes de Veneza e foi fundado no século IX. Temos obras de Tintoretto, como O Paraíso que ornamenta a parede da Sala del Maggior Consiglio (onde os membros do conselho se reuniam). A visita ao longo deste edifício transporta-nos para outro local, ao conduzir-nos através de salas e átrios ricamente decorados. Estes dispõem-se ao longo de três pisos até à famosa Ponte dos Suspiros que liga o palácio às prisões, o seu nome deve-se aos suspiros dos presos quando aqui passavam e tinham uma visão única para o exterior.
Sem dúvida, um local a não perder.

Sim, tenho que admitir, Veneza é uma das cidades que trago no meu pensamento a cada segundo, é uma das cidades mais maravilhosas que já visitei, esqueçam o facto de ela estar repleta de turistas, pois se está, é um excelente sinal, é sinal de que à semelhança de vocês também os outros estão a tentar ser felizes! Esqueçam os cheiros desagradáveis (se é que os vão sentir) e usufruam dum dos mais esplendorosos locais de todos os tempos.

                                     

                                     

                                     

                                     

Onde Ficar
Belmond Hotel Cipriani
Aman Canal Grande Venice
Hotel Metropole Venice

English Version

Fotos: Flavors & Senses

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