SRI LANKA – A História Milenar – Parte I

Agora que já sabem o que precisam para viajar para o Sri Lanka vamos lá viajar por este país incrível!

O Sri Lanka é um país com uma diversidade cultural infinita.
As diferentes etnias e a imensa história fazem do Sri Lanka um local muito especial.
É o berço de uma das linhas mais antigas e puras do Budismo – o que o torna ainda mais especial para mim, uma vez que simpatizo tanto com esta religião.

Colombo, as antigas cidades de Anuradhapura, Polonnaruwa e Sigiriya – a era dourada do país – Kandy com as suas plantações de chá, o Parque Nacional de Yala, a cidade Fortificada de Galle e as praias são razões mais do que suficientes para nos apaixonarmos por este país!

Havia locais que eu tinha colocado na lista de “a não perder” – as cidades antigas de Anuradhapura, Polonnaruwa e Sigiriya, a região de Kandy, e um safari em Yala.

Um passeio pelas históricas ruínas de Polonnaruwa

Dividimos a nossa viagem por regiões.
Voamos para Colombo (que fica no Oeste) mas de lá fomos diretos para Dambulla que fica na região central próximo de Sigiriya – viagem essa que já fizemos com o Parveen que nos tinha ido buscar ao aeroporto de Colombo, e que durou cerca de 4 horas.

Comecemos pelos primeiros três dias que foram os mais atribulados a descobrir as cidades mais antigas e históricas do país!

Templo Dourado de Dambulla
Património Mundial desde 1991, este local constituído por cinco grutas com templos budistas obriga-nos a subir imensos degraus (achava eu até subir Sigiriya ou Pirudangala!) em rocha para contemplar a sua beleza.
A imagem mais imponente é o Buda deitado de 15 metros. As grutas encontram-se imponentemente decoradas com ouro e frescos coloridos com imagens religiosas.


Este templo teve a sua história marcada pelo refúgio do Rei Valagam aquando da sua expulsão de Anuradhapura. Após o seu regresso ao trono mandou transformar o local num templo sagrado de culto.

Os principais habitantes do templo
A vista deslumbrante do Templo Dourado foi um pequeno presságio do que viria a ser o resto da viagem

Daqui, e bastante exaustos da viagem, decidimos seguir para o hotel onde ficaríamos nas primeiras noites, o Jetwing Lake Dambulla Sri Lanka.

O por do sol na piscina do Jetwing

No dia a seguir começamos bem cedo pela aventura de fazer as duas cidades antigas – Sigiriya e Pollonnaruwa.

Começar o dia a subir cerca de 700 degraus é só doentio, certo? Mas foi precisamente o que nós fizemos!

Lion´s Rock em Sigiriya
As ruínas do Palácio de Sigiriya, no topo da Lion´s Rock, são a maior atração do país. Caminhar por jardins que já foram um imenso complexo de distribuição de água e uma autêntica cidade e um palácio que só é acessível a quem se dispuser a subir mais de 700 degraus.
Este reino surgiu no século V, no topo de uma rocha de 375 metros de altura.

O rei no seu castelo

O terrível Kassyapa matou o seu pai para tomar o poder. Governou o reino por 18 anos, mas obviamente, teve que se refugiar num lugar de difícil acesso para não ser capturado e morto. E então decidiu fazer um palácio quase a tocar o céu! Este histórico e incrível complexo tem a forma de um leão, daí o nome.
Logo na entrada podemos ver as patas gigantescas do leão.


Mas depois do desafio de chegar ao topo da rocha por umas escadas íngremes e rudimentares ficamos em modo perplexo tamanha é a beleza.
Na realidade, o Sri Lanka é de todos os países que já visitei o que tem as vistas mais impressionantes.
Como é possível há 2500 anos atrás terem a capacidade de construir um complexo no topo duma montanha com aquela grandeza e imponência?


Mesmo antes de chegarmos lá em cima temos planície a perder de vista, adornada com estátuas entre a vegetação.
No topo da rocha restam apenas os vestígios daquilo que um dia foi um grandioso e insano complexo com jardins, fontes, piscinas reais, palácio e templos. Obviamente este complexo é Património Mundial da Unesco.

Daqui seguimos para Pollonnaruwa.

Pollonaruva é um conjunto arquitectónico inundado por palácios, pontes, salas de reuniões, banhos reais, mosteiros, diversos templos e numerosas estátuas de Buda.
É Património Mundial da UNESCO desde 1982.

Dica: levem havaianas, alpercatas ou sandálias rasas fáceis de tirar. Sempre que entrarem em solo sagrado têm que se descalçar.
Levem também ombros e pernas tapadas. Como aquando da viagem a Bali tínhamos comprado uns Sarongs lindíssimos, pusemo-los na mochila e usamo-los sempre.

Este complexo é enorme, constituído essencialmente por ruinas, mas que se percebe na perfeição uma cidade imponente e altamente organizada de outros tempos.

O ideal para visitar Pollonnaruwa é de bicicleta ou como nós fizemos, com motorista. Isto porquê? Porque o complexo é gigantesco e até mesmo o local de venda de bilhetes é extremamente longe do complexo em si!

Visitamos o Palácio do Rei Nishshanka Malla que fica junto ao Lago Bendiwewa, rodeado de jardins exuberantes, mas fora do complexo arqueológico de Polonnaruwa.

Palácio do Rei Nishshanka Malla

Visitamos também o Palácio Real, no extremo sul das ruínas e os seus incríveis frisos esculpidos na pedra com magníficos relevos de elefantes.
O que mais gostei, e não me perguntem porquê, foi o Quadrilátero Sagrado de Polonnaruwa. Trata-se de um grupo compacto de ruínas localizado numa pequena elevação de terreno, rodeado por um muro.

Quadrilátero Sagrado de Polonnaruwa

Este complexo é enorme e demora umas boas duas horas a visitar.

Apesar da loucura do dia, e do cansaço, e como achamos piada ao facto de começar o dia a subir 700 degraus, decidimos terminá-lo da mesma forma e fomos para aquele que foi das nossas maiores surpresas e desafios nesta viagem.
A montanha de Pidurangala!

Pidurangala

Não faz parte dos roteiros comuns do Sri Lanka, mas além de já termos lido sobre as vistas de cortar a respiração sobre Sigiriya, o Parveen disse-nos que era imperdível para o melhor por do sol das nossas vidas.

A parte fácil da subida

Não sendo ponto de paragem habitual, há pouquíssimos turistas a visitar, o que é ótimo, pois torna-se uma experiência única.

À entrada paga-se um preço simbólico, pois na realidade, além desta formação rochosa, o local alberga um templo com uma estátua de Buda reclinado. O foco não era de todo o templo mas o topo da montanha e aquele que seria o melhor pôr do sol da minha vida.

O Parveen fez connosco todo o caminho, o que nos deu alguma segurança, uma vez que eu não sabia que, na realidade, o trajeto era bem complicadinho!
A primeira parte é constituída por umas escadas bem irregulares, rochosas e nitidamente feitas pelo uso secular. Já não são escadas fáceis mas são facilmente escaláveis!

Não podíamos facilitar pois a hora do pôr do sol aproximava-se e a montanha ainda demora a ser percorrida, principalmente se vierem outras pessoas a descer (só existe um caminho e não é assim tão espaçoso).

Estava a ser uma sensação incrível, mergulhar na densa floresta sem saber muito bem o que nos esperava. É que na realidade aquilo não tem propriamente um roteiro. Como vos disse, não é um local que faça parte dos habituais espaços a visitar, razão pela qual nada está organizado nesse sentido. É feito sob a responsabilidade de cada um. Acredito que o facto de fazer 36 anos nesse dia enalteceu a experiência!Ao longo do caminho encontramos uma pequena cave onde repousava outro Buda reclinado, em tijolo.

Já na parte final da subida me apercebo que não sabia ao que ia, definitivamente! Pois, uma coisa é subir degraus sinuosos e difíceis, outra bem diferente é escalar rochas graníticas!!!
Até sou uma pessoa que faz ginásio com uma certa regularidade, mas aquilo era bem exagerado, além dum tanto ao quanto perigoso! O facto do Parveen ir connosco fez um grande diferença.

Dica: usem sapatilhas e roupa confortável neste dia! Vão precisar!

A

A vista sobre Sigiriya

Mas, na realidade, viam-se crianças a acompanhar os pais, por isso, se elas conseguiam eu também conseguia! Assumo que na última rocha a coisa não foi fácil, mas tive a ajuda doutros turistas que já se encontravam no topo e me puxaram.

Mas… mal percebi a dimensão do que se via do cimo de Pidurangala, todo aquele esforço se desvaneceu num ápice. Dum lado Sigiriya, e a toda a volta apenas verde, muito verde, muita floresta, muita natureza. O céu estava perfeito, o sol estava quase a pôr-se, e aquele momento foi, indubitavelmente, um dos mais perfeitos da minha vida.

Um momento único!

Esse dia terminou duma forma exímia! Era tempo de descansar porque no dia seguinte o tempo seria igualmente preenchido!
Ficamos apenas 10 dias no Sri Lanka, se podíamos ter ficado muito mais? Podíamos, mas como já vos disse, temos uma clinica para gerir, e isso limita-nos um pouco o tempo.

Mas 10 dias foram imensamente aproveitados. Faz-me sempre alguma confusão quando ouço algumas pessoas a dizer:
”ah, só por 8 dias nem vale a pena ir para tão longe, essas viagens são de três semanas no mínimo. Só por isso é que nunca fui para esse tipo de países!”
Convençam-se duma coisa: o tempo é o mínimo dos vossos problemas! Se tenho possibilidade de viajar e ser feliz por 10 dias, não vou fazê-lo porque deveria ir três semanas?
Quem usa isto como argumento não gosta de viajar nem nunca vai fazê-lo, mas adora emitir a sua opinião sobre o assunto!

Com a região antiga e histórica do país vista foi tempo de aligeirar a viagem e rumar a Kandy!

No Comments Yet

Leave a Reply

Your email address will not be published.