2º DIA
– Singapore Botanic Gardens, National Orchid Garden e Dempsey Hill
Começamos o dia com um daqueles pequenos-almoços que mais parecem um brunch, e ficamos prontos para mais um dia de descoberta!
Para hoje estava programado conhecer o local que mais interesse me suscitava, dada a minha paixão por orquídeas, e assim foi… chegamos ao Paraíso: O Botanic Gardens, que incluiu o National Orchid Garden.
A beleza deste local é quase indescritível, a sensação de pureza que ele nos transmite é tão mas tão imensa que acho que por momentos a minha mente se separou do meu corpo.
O Botanic Gardens foi inaugurado em 1859, após uma tentativa falhada em 1820. Ocupa uma área gigante, gigante mesmo, um dia não chega para o conhecer, nem dois, ou três, aliás, ouvimos dizer que muitos dos singapurenses ainda não o descobriram por completo, pois a cada visita se perdem de amores por um novo local.
Conta, assim, com uma área de 74 hectares e funciona também como um importante centro de investigação e conservação de plantas. Mantendo muitas das suas estruturas originais, permite seguir a evolução dos jardins botânicos tropicais criados pelos colonizadores britânicos.
No fundo, o Botanic Gardens faz com que nos sintamos no meio da natureza mesmo estando no centro de uma grande metrópole, ficamos de tal forma rodeados de natureza, com lagoas, cascatas, árvores seculares e flores que nos esquecemos que estamos numa das cidades mais cosmopolitas do mundo.
O espaço abriga selva primária mas também jardins perfeitamente conservados, incluído também fontes e diversas esculturas que vão surgindo no meio da vegetação e que tornam o espaço ainda mais interessante.
Os moradores costumam utilizar o parque para passear, fazer caminhadas e corridas, e levar as crianças a usufruir do melhor que a natureza tem para nos oferecer.
Por falar em crianças, o Botanic Gardens tem um espaço totalmente direcionado para estas (até aos 12 anos), o Jacob Ballas Children´s Garden.
O jardim tem também um espaço construído de forma a garantir uma óptima acústica, onde se costumam realizar concertos ou peças de teatro.
Mas o ex-libris do Botanic Gardens e a sua principal atração é o National Orchid Garden, a única área de acesso pago ($5 – que, diga-se de passagem, é de graça!) que conserva mais de mil espécies e cerca de dois mil híbridos de orquídeas.
É um importante centro para a ciência e investigação botânica, conservação de plantas, e educação ambiental.
É, sem a mais pequena dúvida, um dos locais mais magistral que já vi. Conseguem imaginar o que são mais de 1000 espécies de orquídeas?
Vi orquídeas com cores, com conjugação de cores e com formas que nem imaginava que fosse possível existirem.
A beleza incalculável desta flor é quantificável aqui neste local! Perfeito!
Como é óbvio, a UNESCO inscreveu o Botanic Gardens de Singapura na lista de Património Mundial em 2015.
O Botanic Gardens está aberto das 5h à meia-noite, sendo que o National Orquid Garden abre às 8h30 e fecha às 19h, assim como o Jacob Ballas Children´s Garden que abre às 8h e fecha também às 19h.
Usem e abusem deste local, nós passamos lá apenas uma manhã, mas se forem com tempo, passem o dia.
Se se deslocarem de metro, devem utilizar a linha amarela e sair na estação botanic gardens, aqui entram no jardim pela entrada norte.
Bem, daqui seguimos para Dempsey Hill, uma belíssima colina preenchida por restaurantes, lojas e comércio local. Fomos saborear um excelente almoço num dos mais antigos restaurantes de Dempsey Hill, o Long Beach, uma espécie de marisqueira chinesa. E que almoço, aquele Caranguejo picante acabou com a minha dieta num ápice!
Quando os chineses falam em peixe fresco, querem dizer vivo!
– Kampong Glam e Little India
Barriga cheia, estamos prontos para mais uma tarde de aventura! Foi a vez de conhecer dois dos pequenos e tradicionais bairros de Singapura, o Kampong Glam e o Little India. Que se revelaram locais tão distintos mas ambos com tanta cultura, tanta história e tanta harmonia.
Começamos por Kampong Glam ou Arab Quarter (Bairro Árabe) e a sua imponente Mesquita do Sultão que rasga o azul do céu com o seu dourado vibrante e que consegue transmitir uma paz sem igual (ou pelo menos era o que eu imaginava se não estivesse uma tarde de céu cinzento!).
Assim, aqui encontra-se o coração da Singapura muçulmana. Sendo o local onde se identifica mais a riqueza da cultura muçulmana, no entanto, não pensem que isto se trata de um bairro abandonado ou distinto da limpeza e organização da restante cidade, é sim um local cheio de tradição e influência árabe.
Quando Sir Stanford Raffles elaborou o projeto de Singapura em 1822, reservou esta região aos comerciantes muçulmanos.
Atualmente, esta zona é um autêntico ex-libris das lojas de tecidos, tapetes, saris e perfumes. A atmosfera é vibrante e a sensação que temos foi a de que saímos de Singapura e entramos num país Árabe.
A rua principal é a Bussorah Street, uma rua pedonal repleta de casas coloniais e que nos leva até à Mesquita do Sultão.
O famoso Teh Tarik no ainda mais famoso Sarabat Stall
A área conta ainda com inúmeros cafés que oferecem o tradicional Teh Tarik, um chá tradicional malaio que tem uma forma peculiar de servir, na qual é transferido repetidas vezes de uma certa altura entre duas canecas. É preparado com chá preto e leite condensado ou outro tipo de chás, ou então de café também com leite condensado. E ainda leva açúcar! É extremamente doce, peçam sem açúcar.
Os Singapurenses são viciados em glicose!
No eixo central do bairro, e o principal motivo pelo qual são atraídos tantos muçulmanos ao mesmo, está a impressionante Mesquita do Sultão. A sua cúpula dourada pode ser vista de quase todo o bairro. Não-muçulmanos são bem-vindos mas são aconselhados a não entrar no zona principal de oração. Ou seja, a vista é permitida mas à volta.
A estação de metro mais próxima do bairro árabe é a Bugis na linha Verde.
Aproximadamente a 15 minutos de distância a pé vamos encontrar a Litlle India, o Bairro Indiano! Assim, como o Bairro Árabe, este local encontra-se cheio da tradição e cultura Indianas. Os mercados de frutas, vegetais, especiarias e flores inundam as ruas de cor e vida, e fazem deste local um dos mais alegres e agitados da cidade.
Aqui, podemos encontrar a vida indiana no seu esplendor, sendo que este talvez seja o bairro étnico que mais traços guarda da comunidade original.
Observamos a cultura e religião indiana duma forma menos marcada e menos densa do que na Índia mas que já nos dá uma ideia dos costumes desse país tão intenso. Claro que este bairro se rendeu à limpeza e organização de Singapura, o que faz dele um local ainda mais perfeito, que certamente não é o usual num país como a Índia (ainda não conheço, infelizmente, mas está na minha Bucketlist).
Na Little India vemos as mulheres com os seus coloridos Saris, sentimos os aromas fortes das especiarias, ouvimos as músicas alegres indianas, e deslumbramo-nos com os templos Hindus.
O que mais me fascinou foi talvez o Templo Sri Veeramakaliamman.
Tenho que ser honesta, os templos budistas têm um lugar mais especial no meu coração, não sei explicar porquê, transmitem-me uma paz interior que não se quantifica, mas os templos hindus são tão mas tão sublimes! As cores, as formas das estatuetas, a conjugação de toda a arte é vibrante!
A rua principal do bairro é a Serangoon Road, que agrupa calçadas estreitas e todo o tipo de comércio.
Se não quiserem fazer compras nas lojas de rua, podem também utilizar o Mustafa Centre (aquele em que Anthony Bourdain se perde durante o seu episódio na cidade), que está aberto 24h por dia, e que é uma espécie de hipermercado com corredores estreitos repletos de prateleiras e balcões cheios dos mais variados produtos indianos.
Para comer, além dos restaurantes que vão encontrando pelas ruas, têm o Tekka Centre, com um Hawker simples, além disto, o complexo possui também um mercado de fruta, legumes, carne e peixe.
Preenchidos por esta amálgama de tradições e costumes sentimos o nosso mundo um bocadinho mais completo, mais feliz e mais evoluído.
É incrível como conseguimos estar numa das mais vibrantes cidades do mundo e ter a capacidade de viajar em pensamento para mundos e culturas tão distintas.
Daqui seguimos para um ótimo jantar no Wild Rocket, que foi recentemente eleito nº38 no Asia’s 50 Best Restaurants (ver)
– Clarke Quay
Não quisemos terminar o dia sem experienciar a animada noite de Singapura, razão pela qual fomos para uma das mais mediáticas ruas da cidade, a Clarke Quay.
O local é um antigo porto secundário, que foi totalmente revitalizado, e deu lugar a inúmeros bares, restaurantes e lojas. Estes encontram-se harmoniosamente dispostos na construção original do porto, ou seja, somos brindados com pequenas casas coloridas que ganham vida e cor à noite, quando estão iluminadas cheias de gente e com música em alto e bom som! E tudo isto se passa à beira do rio, dando um ar ainda mais interessante ao local.
O espaço funciona de dia e de noite, mas à noite, é, sem dúvida, muito mais animado e contagiante. E se pensam, que por ser um ambiente da noite, vão encontrar desorganização e sujidade, desenganem-se! Está tudo impecavelmente limpo. Singapura é incrível, já vos tinha dito?!
Bem, mais um dia terminado na mais perfeita simbiose de sensações – percorremos a natureza, perdemo-nos nas diferentes culturas e tradições, que deram origem a esta cidade tão intensa, e terminamos o dia na loucura da noite junto ao rio!
Onde Ficar
The South Beach
The Fullerton Hotel
Mais Informações
– Singapore Botanic Gardens
– Long Beach at Dempsey
– Mustafa Center
Fotos: Flavors & Senses
Nota
Flavors & Senses em Singapura com o apoio da Samsonite e da Singapore Tourism Board (STB) – #YourSingapore.
– Durante a nossa visita fomos acompanhados pela incansável Naseem Huseni – guia da STB
Este Artigo é o 3º de 5 artigos para o nosso Guia de Singapura