2º DIA
– Lipótvaros
Hoje decidimos manter-nos por Peste e dividir o nosso tempo em três dos sítios mais importantes da cidade, a mágica Svent István Bazilika (Basílica de São Estevão), a altiva Magyar Állami Operahaz (Ópera) e o imponente Országház (parlamento).
Assim, e após um pequeno almoço daqueles de filme (quiçá de novela brasileira…), ou seja, com tudo a que temos direito, lá seguimos nós para mais um dia maravilhoso.
Começamos pelo Parlamento, uma vez que não tínhamos comprado o bilhete no site partimos do princípio que seria mais fácil arranjar bilhetes de manhã, com visita guiada e numa língua minimamente perceptível para nós, nomeadamente inglês ou espanhol (infelizmente estas coisas raramente têm português).
E ainda bem que o fizemos pois percebemos que a maioria das pessoas que lá estavam já tinham bilhete comprado. O ideal é comprarem no site, veem os horários disponíveis e reservam logo o bilhete no horário e língua correspondente, até porque estas visitas só podem ser feitas com guia.
O preço do bilhete ficou-nos por HUF 2000 cada um (aproximadamente 6.5€), atenção que os residentes na UE têm um preço mais acessível do que os não residentes, o que requer, como é óbvio, a apresentação do BI, CC ou passaporte.
O Parlamento é dos edifícios mais imponentes de Budapeste e um dos melhores “postais” da cidade. A sua altivez enche-nos a curiosidade de explorá-lo. Num ápice se percebe qual a sua inspiração, o Parlamento da magnífica cidade de Londres (ver roteiro de Londres).
Este (para mim) ganha-lhe na brancura e pureza da cor, que lhe confere mais vida e harmonia (mas o de Londres ganha com o Big Ben, como é óbvio!).
A construção do Parlamento tem origem numa criação neogótica de Imre Steindl que ganhou um concurso para construir tamanho edifício, começando a 1885, e terminando somente em 1904 (Steindl ficou cego antes do término da construção). Sendo que pelo meio ainda se fez uma pré inauguração em 1896 para comemorar o milésimo aniversário da chegada dos Magiares à cidade.
Efetivamente, é notória a inspiração no Parlamento de Londres, nomeadamente nos seus pináculos espiralados e esguios, mas Steindl introduziu algo novo, um átrio central redondo barroco e uma cúpula, no centro deste encontra-se guardado o bem mais precioso da cidade, o seu símbolo nacional, a Coroa Sagrada (cuja cruz que contém está ligeiramente inclinada – ninguém sabe muito bem porquê!). Outra curiosidade interessante é o facto de se dizer que terá sido esta a coroa oferecida pelo Papa ao Rei Estevão no ano de 1000. No entanto, sabe-se que esta é do século XII!
Não deixem de observar com atenção, também, os frescos da cúpula, são uma autêntica obra de arte protagonizada por Karóly Lotz.
Além deste local visitamos algumas salas, as imponentes escadarias e a Câmara dos Representantes.
A visita demorou cerca de 45 minutos.
Para quem for com mais tempo, mesmo em frente ao Parlamento, têm o Néprajzi Múzeum, o Museu de Etnografia com trajes tradicionais, artesanato, mobiliário antigo, ferramentas, reconstruções de casas rústicas, e excertos de filmes antigos e registos sonoros. Este museu, curiosamente, foi construído pelo segundo classificado que concorreu à construção do parlamento.
Daqui seguimos para o mais majestoso edifício neorrenascentista da cidade, a Basílica de São Estevão.
Este local sagrado teve a sua quota parte de problemas ao longo da sua construção. O primeiro artista que a desenhou em estilo neoclássico morreu antes do seu término, passado pouco tempo esta colapsou, e o artista que se seguiu, Miklós Ybl, faleceu, também, antes da sua conclusão, que se verificou em 1906, ao que se sucederam estragos de grandes dimensões já na Segunda Grande Guerra.
Mas, este passado conturbado em nada altera a sua beleza atual.
O interior da igreja apresenta-se em forma de cruz grega, com o chão a estender-se em mármore preta e branca.
Do altar somos observados por uma belíssima estátua de São Estevão, enquanto a cúpula, de 96m de altura, está repleta de mosaicos de Károly Lotz.
Mas, tudo isto é quase que insignificante perante o tesouro que se encontra no interior desta basílica, a mão direita mumificada do próprio São Estevão (dizem eles! Eu tenho sempre uma grande dificuldade em acreditar nestas coisas!). A mão encontra-se guardada num estojo que se ilumina quando colocamos uma moeda numa caixa que está ao lado.
Se quiserem ter uma vista deslumbrante da cidade e do Danúbio, não percam a subida à Torre Panorâmica, uma galeria exterior em torno da cúpula, esperam-vos 364 degraus ou um elevador.
A entrada na Basílica é gratuita, só se paga para ver a Mão mumificada ou para subir à torre.
À saída da igreja estavam uns rapazes a publicitar um concerto que se iria realizar, no dia seguinte, de música clássica, olhamos, ponderamos e compramos bilhetes! Já tinha perdido esta oportunidade em Praga e em Viena, não podia deixar que acontecesse o mesmo em Budapeste!
Concerto na Catedral de Santo Estevão
Apercebemo-nos que praticamente uma vez por semana é realizado um concerto de órgão na basílica, acompanhado com violino, trompete, um tenor e um soprano, e uma seleção exímia de grandes obras da música clássica. Não percam esta oportunidade, por norma há publicidade à entrada da igreja ou então podem sempre pesquisar na internet os concertos que vão realizar-se, nos dias da vossa viagem.
O preço do bilhete foi de HUF 6500 cada um (aproximadamente 21€).
Terminada a visita à Basílica seguimos para a Ópera.
Este local é um dos mais sumptuosos edifícios da capital Húngara.
Não assistimos a nenhuma ópera (apesar dos preços serem bem mais convidativos que os de Viena!) mas valeu bem a pena a visita ao seu interior.
O bilhete custa HUF 2990 (aproximadamente 11.5€) mas se quiserem tirar fotografias pagam mais!
A construção da ópera tem uma história bastante interessante, esta foi financiada por Ferenc József, que ordenou que fosse mais pequena que a de Viena, esqueceu-se foi de pedir que fosse menos bonita, pois Miklós Ybl conseguiu suplantá-la!
O edifício neorrenascentista é deslumbrante e as mármores interiores são da mesma linha da Basílica de São Estêvão.
A escadaria principal proporciona um momento incrível de admiração em quem tem o privilégio de a observar.
Local de cultura, de beleza e de história que enaltece ainda mais a perfeição da cidade.
Junto à Ópera, podem ainda passear pela famosa avenida Andrássy onde se localizam alguns dos melhores cafés da cidade, assim como as lojas das principais marcas luxo.
O dia não poderia ter terminado de forma melhor! Seguimos para o hotel, foi um dia cansativo e hoje ficaremos pelo hotel a desfrutar de bons petiscos e vinhos no Lounge do Hotel Intercontinental Budapeste (ver) com a melhor vista da cidade, o Castelo, que com a sua grandiosidade e iluminação inunda a noite de vida.
Amanhã lá estaremos a visitá-lo!
Onde Ficar
InterContinental Budapest
Kempinski Hotel Corvinus
Texto: Cíntia Oliveira | Fotos: Flavors & Senses com a Sony A7S
Nota
– As fotos nem sempre representam a nossa primeira passagem nalguns dos locais ou o mesmo dia de viagem.
Este Artigo é o 2º de 3 artigos para o nosso Guia de Budapeste (ver 1ºDia)