Depois de alguns dias na selva a viver em pleno e a tentar desesperadamente ver leopardos, foi tempo de rumar a Galle!
A cidade de Galle e as suas fortificações são a prova mais viva da ocupação holandesa. O Forte, construído em 1663, detém, ainda hoje, a imponência de outros tempos. As sólidas muralhas ao longo de Galle fazem-nos viajar no tempo. A parte mais antiga da cidade está rodeada pelas muralhas onde nos podemos perder e descobrir casas tipicamente holandesas, lojinhas, cafés e restaurantes e vários museus e igrejas.
Passeiem sem pressas, disfrutem deste pedaço de história e arquitetura!
Depois dum belíssimo dia em Galle fomos em direção aos únicos dias de descanso total no novo Cinnamon Bentota Beach. Um pequeno paraíso mesmo em cima da praia de Bentota, conhecida como uma das praias mais bonitas do país. Este hotel estava acabado de abrir, sendo que algumas das obras ainda estavam a decorrer. É um local lindo mas com aquelas falhas típicas de quem está a começar! Tivemos uma série de peripécias, mas que foram colmatadas com a simpatia genuína do staff.
Sabemos que após a pandemia hotel terá fechado e que começa agora a tentar encontrar o seu lugar. Para perceberem a autenticidade do staff, durante a quarentena recebíamos mensagens do gerente do hotel a perguntar como estávamos e como estavam as coisas no nosso país. Na realidade, a dada altura tivemos uma tarde inteira a conversar com o gerente durante a nossa estadia e acabamos por lhe contar que escrevíamos sobre hotéis e duma forma muito descontraída mas muito honesta dissemos-lhe todos os handicaps que estavam a cometer e o que fazer para melhorar!
O hotel é incrível e tem tudo para se tornar uma referência no país.
Depois duns dias de relaxamento foi tempo de terminar a nossa viagem na cidade mais importante do país – Colombo!
Na realidade, sacrificamos Colombo em prol dos outros locais durante esta viagem. Acabamos por passar apenas um dia na cidade com um objetivo muito específico: almoçar no Ministry of Crab – mas sobre isso o João fala-vos melhor aqui!
Aproveitamos apenas para caminhar pelas caóticas ruas e ter um pequeno vislumbre da loucura que é esta cidade.
Tivemos também a sorte de ter o Parveen connosco que acabou por nos fazer uma espécie de visita guiada de carro pelos locais mais importantes, só para que ficássemos com uma ideia mais geral.
Colombo é a capital comercial do país, a capital política é Sri Jayawardenapura- Kotte.
Mas, se puderem não caiam no mesmo erro que nós e explorem a cidade! Esta cidade portuária tem muito a oferecer, e mostra muito a cultura local nos seu mercados e arquitetura cuja influência nos remonta a um verdadeiro cruzamento de povos.
O coração da antiga Colombo é o Forte, construído por nós! Chegamos ao Sri Lanka em 1505 e fizemos um tratado com o rei de Kotte para negociar canela (esta especiaria sempre foi de extrema importância, daí que muitas coisas recebem o nome de Cinnamon no país!).
Claro que depois de autorizados a ficar na cidade, foi apenas uma questão de tempo até expulsarmos os habitantes locais e conseguirmos dominar o reino. Até hoje, essa parte da cidade que iniciou pelas nossas mãos é conhecida como Forte.
Aqui fica o Palácio Presidencial e a maior parte dos hotéis da cidade. Esta região sofreu bastante durante a Guerra Civil, sendo por isso, ainda hoje, fortemente policiada.
Apesar de não termos visitado nada, segundo o que pude ler na altura sobre Colombo e de acordo com o que o Parveen nos foi mostrando, há locais de visita quase obrigatória:
Farol da Torre do Relógio – de 1987 tinha a intenção de ser o ponto mais alto da cidade.
Farol Old Galle Buch – de 1954 que conta com uma base naval.
Dutch Hospital – antigo hospital mas que atualmente está repleto de bares e restaurantes
Sri Kailawasanathar Swami Devasthanam – templo hindu lindíssimo.
Acabamos por passear bastante a pé pela área de Pettah, que fica fora do Forte, com as suas ruelas e mais ruelas de tudo o que é local e artesanal, o caos completo! Aqui ainda tentamos visitar a Mesquita Jami ul-Alfar, mas estava encerrada, pelo que pudemos apenas vislumbrar a sua fachada vermelha e branca.
Para quem quiser explorar os templos, tem também:
Templo Budista de Gangaramaya – um dos mais antigos da cidade.
Templo Seema Malaka – no lago Beira já do século XX, do renomado arquiteto Geoffrey Bawa.
Templo de Kelaniya Raja Maha Vihara – templo mais importante de Colombo.
Imperdível também o:
Memorial da Independência – construído em 1948 quando o Sri Lanka se tornou independente da Inglaterra.
Vihara Mahadevi Gardens – com a sua enorme estátua budista em frente ao prédio da Câmara e o Museu Nacional.
A cidade merece dois dias! Mas com uma viagem mais curta, opções tiveram que ser tomadas!
Agora só nos resta voltar ao Sri Lanka para fazer tudo o que ficou por fazer!
Quando deixamos o país, não sabíamos que esta seria a nossa última viagem durante um grande período de tempo, nem sabíamos que tínhamos que guardar muito bem esta viagem nas nossas mentes porque seria a última antes daquilo que veio a mudar o nosso mundo por mais tempo do que imaginaríamos.
Obrigada Sri Lanka por teres sido tão acolhedor a receber-nos.
Prometemos voltar!