Porto Branco 10 anos da Niepoort em Budapeste
Depois dos primeiros Vinho Em Viagem em Paris, e Istanbul com vinhos da Symington, foi agora a vez de um pequeno périplo Europeu com vinhos da Niepoort.
O conceito é simples, desafiamos os escanções e chefes dos restaurantes que visitamos a harmonizar alguns dos seus pratos com o nosso vinho, enquanto mostramos aquilo que de melhor se vai produzindo no nosso País. Algo difícil em países produtores de vinho, como os que temos visitado, mas sempre com um resultado excelente.
Um brinde com LBV 2011 e a equipa do La Degustation (*Michelin) em Praga
Começamos a viagem por Praga, onde a presença dos vinhos portugueses pouco ou nada se faz sentir, com excepção de algumas marcas de vinho do Porto, normalmente de boa qualidade mas com serviço que em nada beneficia o nosso mais consagrado néctar.
Começamos a nossa visita pelo La Degustation (ver), onde fizemos uma brilhante harmonização dos pratos com sumos naturais preparados na casa, pelo que teríamos de deixar para o final um brinde com toda a equipa do restaurante. Um vinho que demonstra bem o seu premiado ano, com uma cor intensa e notas de fruta escura, com uma boca capaz de seduzir e cativar todos aqueles que o provaram e se renderam a este belo vinho.
Redoma Branco 2014 no Edvard (*Michelin) em Viena
De Praga seguimos para Viena, onde mais uma vez a presença portuguesa não vai muito além dos vinhos do Porto, aqui com especial incidência nos grandes vinhos da Região, os Vintage, os LBV e Tawnys acima de 20 anos.
No Edvard (ver), restaurante estrelado do Hotel Kempinski, o nosso desafio foi levado bastante a sério (aliás o trabalho do escanção Marcel Ribis a harmonizar toda a refeição foi um dos melhores que experienciamos nos últimos tempos), com o chef a preparar um prato, fora do menu, especificamente para o Redoma Branco, numa ótima combinação de Abóbora e Queijo Taleggio. Um belo momento! Onde o lado mineral e a elegância com que a barrica deu estrutura ao vinho, sem se evidenciar, completaram muito bem a intensidade do taleggio, assim como a frescura do molho de ervas e as várias texturas da abóbora!
The Senior Tawny decidiu prestar uma homenagem ao chef Konstantin Filippou (*Michelin – Viena)
Do Edvard, passamos para a sala de Konstantin Filippou (ver), o chef do ano 2016 na Áustria pelo guia Gault e Millau.
Mais uma grande degustação com pratos de forte crivo criativo e uma harmonização à base de vinhos naturais e de pequenos produtores. Ao receber o nosso desafio o escanção ficou algo apreensivo por achar que não iria ter nenhum prato que fosse harmonizar bem com um tinto do Douro, pois tinha em mente os vinhos mais carregados e potentes da região.
Depois de provar o vinho – Redoma Tinto 2013 – percebeu a assinatura de Dirk Niepoort, onde a elegância se sobrepõe à concentração e potência, criando vinhos que nos fazem querer beber não um copo ou dois, mas uma garrafa ou duas.
Assim, a sua escolha recaiu sobre uma Presa de Porco Ibérico, Morcela, milho, Queijo e Kumquat, que deu muito gozo de acompanhar com o redoma, cuja complexidade de aromas e sabores se equilibrou brilhantemente no prato.
O Porto The Senior Tawny serviu ainda para celebrar o chef, a sua equipa e a magnífica refeição que degustamos no Konstantin Filippou.
De Viena partimos para Budapeste e connosco seguiu também um Porto Branco de 10 anos, que serviria para, num toque um nadinha provocador, mostrar o nosso fantástico Porto Branco ao lado dos vinhos de Tokaj.
Niepoort Branco 10 Anos na mesa do Tanti (*Michelin)
Assim, levamos este vinho connosco até ao Tanti (ver), o mais recente estrelado de Budapeste, para presentear o jovem chef Oliver Heiszler e a sua equipa com um Porto único.
Depois de uns belos dias e uns fantásticos vinhos por três das mais bonitas cidades da Europa Central seguimos até Madrid, mais propriamente, até ao El Club Allard (ver), o restaurante com duas estrelas Michelin, onde María Marte cria uma fusão entre as suas raízes dominicanas e a alta cozinha Espanhola.
Niepoort Redoma 2014 em Madrid no El Casa Allard (**Michelin)
O Redoma Reserva Branco 2014 é um vinho do qual não me consigo cansar, fresco e mineral com uma acidez viciante e uma estrutura perfeita para acompanhar os elegantes pratos de María Marte.
“Arroz do Mar” harmonizado com o Redoma Reserva 2014
Foi uma experiência fantástica viajar com os vinhos que nos fazem felizes em casa e ver a forma como os mesmos são sentidos e apreciados por quem normalmente os desconhece, assim como a forma como harmonizam com outras cozinhas, que foi – como não podia deixar de ser – uma experiência ótima e reveladora das qualidades dos vinhos nacionais e, neste caso em particular, da Niepoort.
Agora, resta esperar pelas próximas viagens enquanto vamos pensando num vinho para nos acompanhar!