Numa primeira viagem à Tailândia é obrigatório conhecer aquela que é chamada de capital cultural do país, a cidade de Chiang Mai.
Esta é a segunda maior cidade da Tailândia e situa-se no norte numa região montanhosa, banhada pelo rio Ping, um afluente do Chao Phraya.
Apesar de não se apresentar como uma cidade tão cosmopolita como Bangkok, tem-se desenvolvido cada vez mais a nível financeiro e turístico, sendo atualmente um grande centro de artesanato e ourivesaria.
Esta terá sido fundada em 1296, e é considerada o lugar do nascimento das fascinantes tradições da cultura do Norte e da religião budista na Tailândia. Há quem afirme que nada se pode comparar à beleza e à gentileza própria das gentes de Chiang Mai, aqui o sentido da hospitalidade está profundamente enraizado.
A cidade antiga de Chiang Mai está rodeada por um fosso e muralhas fortificadas, e apresenta um animado labirinto de mercados, ruelas e muitos e belos templos antigos. No entanto, é importante explorar também a cidade moderna, que nos oferece as comodidades e os serviços tão eficientes como os da capital mas a uma dimensão mais reduzida.
Toda a cidade nos presenteia com o que há de melhor, quer na história, cultura ou na natureza. Há uma enorme variedade de atracções, desde magníficos jardins, aldeias tribais de montanha, parques naturais de elefantes e belezas naturais como cascatas, grutas e colinas.
Mas, como sempre, se impõe a pergunta “o que visitar em Chiang Mai?”
E nós estamos cá para tentar responder-vos e ajudar-vos a organizar a vossa visita a esta magnífica cidade!
Vamos começar pelos templos! Estes são mais antigos do que os de Bangkok e num estilo um pouco diferente, no entanto igualmente fascinantes.
Só na antiga cidade situam-se mais de 36! Este local rodeado por muralhas fortificadas é histórico e extremamente interessante, só passear por entre as suas ruelas e sair à descoberta de cada recanto se torna suficientemente excitante! Quanto aos templos, entrem no máximo que conseguirem, se forem com o tempo contado, aqui ficam algumas sugestões dos mais importantes.
Wat Phra Singh
Foi construído em 1345 pelo Rei Pha Yu, que o mandou erigir para guardar as cinzas do seu pai, o Rei Kam Fu. Pensa-se que terá sido o primeiro templo a abrigar o Buda de Esmeralda , um tesouro cultural que agora reside no palácio real em Bangkok.
O templo contém o célebre edifício Phra Viharn Lai Kam, de estilo nortenho e um dos mais famosos edifícios da cidade, que guarda no seu interior uma estátua muito venerada, a Phra Singh Buddha, esculpida no antigo estilo Lana feita de liga de ouro e cobre, e originária de Chiang Rai (outra interessante cidade Nortenha).
Wat Chedi Luang
Este local tem uma fama incontornável devido ao seu enorme chedi em ruínas.
A construção do templo começou no século XIV quando o Rei Saen Muang Ma planeou depositar as cinzas do seu antecessor neste local. Após 10 anos de construção houve uma paragem, reiniciada anos mais tarde pela viúva de Saen Muang Ma . O templo ficou terminado em 1454 pelo Rei Tilokaraj deixando o Chedi com uma altura de 86m, o maior edifício Lanna da época.
Parcialmente destruído no terramoto de 1545, este Chedi é o maior de Chiang Mai e este local onde está situado tem uma importância muito grande, uma vez que próximo está o Pilar da cidade, implantado ao lado duma árvore, cuja lenda diz que Chiang Mai prosperará enquanto a árvore viver.
Wat Chiang Man
Muito provavelmente, o mais antigo templo da cidade. Aqui encontram-se várias estátuas de Buda, sendo a mais importante uma pequena figura em cristal de Phra Setang Khamani, que se crê ser dotada de poderes para fazer chuva, assim como a pedra Phra Sila, originária da Índia.
Wat Phan Tao
Como vos referi no artigo de Bangkok, tivemos a sorte de estar no país aquando da celebração do Loy Kathrong (ver artigo Bangkok), e aqui em Chiang Mai também pudemos observar a celebração desta data festiva.
Estávamos a passear na cidade antiga, vindos do Wat Chedi Luang, quando nos deparamos com um pequeno templo onde predominava um edifício em madeira, um pouco mais simples do que os templos que tínhamos visto anteriormente. À entrada podia ler-se “The Monastery of a Thousand Kilns”, O Mosteiro dos mil fornos! Esta inscrição deve-se ao facto de que este local era utilizado para a fundição das imagens de Buda, destinadas ao Wat Chedi Luang.
Sendo que este edifício terá sido construído, inicialmente, não como mosteiro mas como edifício real para o governante Chao Mahawong, que usou a estrutura de 1846 a 1854.
Decidimos entrar e verificamos que realmente se tratava dum espaço mais simples, mas igualmente encantador, e à medida que o fomos percorrendo apercebemo-nos que se passava algo diferente, havia uma imensidão de pessoas no local, apesar de já ser noite, e o templo estava repleto de monges a prepará-lo para algo. Neste caso, para o festival que já tínhamos assistido em Bangkok, o Loy Kathrong.
No templo Phan Tao, a meditação budista e a iluminação de lanternas de papel flutuantes tomam vida e criam um dos momentos mais perfeitos e fotogénicos pelo qual já passamos. É indescritível a sensação e a beleza do momento, só assistindo, mas acho que pelas fotos conseguem ver a essência. Isto é a Tailândia, e não apenas o turismo habitual, aqui vivemos a tradição, a magia e a cultura.
Saindo da cidade antiga e percorrendo o resto da cidade vamos também encontrar imensos locais de interesse e paragem obrigatória.
Wat Suan Dok
Também conhecido como o Templo do Jardim Florido, e com o seu Chedi em forma de sino, este templo é o cemitério real de Chiang Mai.
A nível arquitetónico pode não ser dos mais fascinantes templos mas sem dúvida que tem um valor histórico muito grande.
Wat Umong
Muito próximo do Wat Suan Dok situa-se um dos templos monásticos mais antigos de Chiang Mai, que possui locais subterrâneos para meditação. Apesar de grande parte do edifício estar em ruínas, vale a pena a visita, principalmente pela beleza da floresta que o circunda.
Doi Suthep
A incrível montanha de onde se observa toda a cidade e que guarda um dos ex libris de Chiang Mai. Doi Suthep contém o Wat Phrathat no cume. Mas para aqui chegar é necessário subirmos uma escadaria de 290 degraus ou apanhar o funicular, apesar de preguiçosa, prefiro ir pelas escadas!
O templo tem um imponente Chedi dourado, dois santuários e claustros que datam do século XVI. Todo o ambiente é magnífico, olhamos à volta e vemos a exuberância do templo a rivalizar com a pureza da natureza circundante.
Reza a lenda que o local do Wat Phrathat foi escolhido quando o Rei Ku Na procurava um local para guardar as relíquias sagradas. Assim, estas foram amarradas à liteira no topo de um elefante que depois foi deixado sozinho a vaguear. O animal subiu o Doi Suthep, parou perto do cume e ajoelhou-se, indicando a escolha do local.
Próximo de Doi Suthep, a cerca de 4km encontramos o Palácio Phuping, a residência oficial da família real, cujos jardins estão abertos ao público.
Deixando totalmente de parte os templos, e aproveitando a natureza e a cultura que a magnífica cidade de Chiang Mai tem para nos oferecer, há locais imperdíveis, como por exemplo os diferentes parques de Elefantes, que infelizmente não tivemos oportunidade de visitar, com muita pena nossa. Estes animais sempre foram importantíssimos na Tailândia, utilizados para transporte durante séculos, e hoje acabam por ser bastante utilizados no turismo, mas do que vou lendo, são utilizados com todo o respeito necessários (esperemos que sim).
Outro ponto importante a referir são as diferentes vilas com tribos que mantêm toda a tradição e costumes tailandeses, como a aldeia das refugiadas “mulheres girafa”, ou long neck women. Estas figuram a brutalidade do regime militar na vizinha Myanmar e, rapidamente, se transformaram numa atração turística na Tailândia. Aparentemente são utilizadas pelas autoridades tailandesas, mas elas afirmam-se felizes no país de acolhimento. O uso do colar diz-se ser de sobrevivência pois seria de proteção contra ataques de animais. Estas aldeias ou vilas acabam por ser locais de “caça ao turista”, um pouco teatrais e sempre com o objectivo de vender souvenirs, mas não deixam de representar a tradição e costumes da cultura tailandesa.
Outro local que chamou completamente a minha atenção foi o Tiger Kingdom (ver), ou não fosse eu uma apaixonada por felinos, uma experiência única de poder tocar e sentir aquelas criaturas perfeitas!
Não percam também os mercados de rua, Chiang Mai é provavelmente a capital da street food na Tailândia, sendo que de noite ou de dia muitas zonas da cidade se enchem de vendedores e clientela para dar vida a uma tradição do país e a alguns dos pratos mais tradicionais do norte da Tailândia, um dos mercados imperdiveis é o de Chiang Mai Gate, na entrada sul da cidade antiga.
Tivemos ainda a sorte de podermos disfrutar do Sunday Market, que como o próprio nome indica é um mercado especial que ocorre todos os domingos, com tudo para todos os gostos, artesanato, massagens e comida! Mas desta experiência falar-vos-à o João mais à frente.
Se marcarem uma viagem à Tailândia, não deixem de parte Chiang Mai, é uma cidade maravilhosa, com a essência histórica e cultural de Bangkok mas sem a loucura frenética da mesma.
Comecem por Bangkok e a seguir usufruam de Chiang Mai.
Tenho a certeza que não se arrependerão!
Onde Dormir
Oasis Baan Saen Doi Spa Resort
Flavors & Senses na Tailândia com apoio da Emirates